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Quem Somos
Fundadores
As Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor desde 1864 que dão continuidade ao projecto iniciado pelos seus fundadores, José Maria Benito Serra e Antónia Maria de Oviedo y Schönthal e hoje desenvolvem esta missão partilhada por toda a “Família Oblata” com diferentes experiências, formas de vida e perfis profissionais.
José Maria Benito Serra (1810 - 1886)
José Maria Benito Serra nasceu a 11 de Maio em Mataró (Barcelona) Espanha. Foi monge benedictino, missionário, bispo e Fundador. Ficou órfão aos 11 anos e aos 16 anos entrou para a Ordem de São Bento, no mosteiro de São Martinho de Santiago de Compostela, onde foi ordenado sacerdote no ano 1835.
Nesses anos, a situação política na Espanha é complexa e delicada. A legislação anticlerical provoca a saída de diversas ordens religiosas do país, ao ser aprovado o decreto de confisco e exclaustração de Mendizábal em Setembro de 1835, José Maria Benito Serra decide continuar sua vida monástica na Itália. Com 25 anos de idade, seu novo destino é o Mosteiro da Santíssima Trindade de Cava, onde permanecerá durante 10 anos. A vivência da Regra de São Bento vai configurando a sua personalidade e vocação. Desempenha uma grande actividade como professor de Teologia, Hebraico, Grego, Cânones e é nomeado reitor do Seminário. Nesta época, a Igreja Católica viveu um novo despertar missionário, graças ao impulso e incentivo do Papa Gregório XVI, monge Beneditino, e Serra acaricia este sonho. Viaja para Austrália, onde depois de longos meses de travessia, chega em Janeiro de 1846. Durante os 14 anos de missionário na Austrália, Monsenhor Serra, nomeado Bispo de Daulia e Administrador Apostólico de Perth, mostra as suas facetas de educador e evangelizador dos povos indígenas da Austrália. No ano de 1859 regressa a Roma, apresenta a renúncia ao Bispado de Perth e estabelece-se em Madrid em Agosto de 1862. No regresso retoma as suas relações e atividade pastoral, contacta com instituições, apela à Rainha, anuncia e denuncia como profeta e solicita o apoio de Antonia Maria de Oviedo e Schönthal, que será a sua cúmplice perfeita para aquilo que, juntos, descobrem como o Plano de Deus para suas vidas. Visita o Hospital de São João de Deus onde se produz um momento de reflexão na sua vida. É no Hospital de São João de Deus onde o seu trabalho pastoral, escuta a realidade, a dor e opressão das mulheres doentes, vítimas do fenômeno da prostituição.
Serra comove-se e todo o seu ser é afectado por esta situação, sente-se obrigado a fazer alguma coisa por elas e afirma: “Se ninguém me ajuda, farei sozinho com a graça e ajuda de Deus. Se todas as portas se fecham, eu lhes abrirei uma, onde se possam salvar”. No dia 1o de Junho de 1864, o Bispo de Daulia e Antonia de Oviedo abrem as portas da primeira casa em Ciempozuelos (Madrid), onde acolhem mulheres e jovens que desejam deixar a prostituição. Juntos superam diversas provações e dificuldades, o projecto vai crescendo progressivamente e no dia 2 de Fevereiro de 1870 nasce a Congregação de Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor.
Antónia Maria de Oviedo y Schönthal (1822 - 1898)
Antónia Maria de Oviedo y Schönthal nasceu a 16 de Março em Laussana na Suíça, filha de pai Espanhol e mãe Suíça. O nascimento de Antonia Maria, enche de alegria o lar do jovem casal e é baptizada com poucos dias na capela de Santo Estevão de culto católico. Recebe os nomes de Antonia Maria Vitória Joana. Com 13 anos recebe a Primeira Eucaristia na Igreja da Assunção de Laussana. É um dia significativo, mas também de dor, pela ausência dos pais. Antonio tinha emigrado para Inglaterra afim de garantir a subsistência familiar e, depois de uma longa doença, assistido e acompanhado por Dona Susana, falece naquele país no dia 21 de Junho de 1835.
A influência da sua mäe, mulher de grande sensibilidade, ampla cultura e profunda fé, é decisiva na educação e vivência religiosa de Antonia. Ela recebe na sua infância e juventude uma sólida preparação marcada pela história, cultura e geografia da Suíça, seu pequeno e amado país, que lhe vai deixar uma marca profunda nos traços da sua personalidade. Teve uma educação pouco usual para as mulheres do seu tempo. Dominava 5 idiomas e tinha uma grande sensibilidade para as artes, assim como para a literatura, música e pintura. Antonia vai crescendo sob o olhar amoroso e atento da sua mãe, formando-se também num pensionato de Friburgo. Aos 16 anos, os Marqueses da Romana, confiam-lhe a educação da sua filha Rosalia de Castro de 10 anos, que mais tarde, será Duquesa de Medina Sidonia. Durante os dois anos em que Antonia tem essa experiência de trabalho, vive entre Genebra, Milão e Florença. Ao voltar a Friburgo e diante da economia precária da família, ela decide abrir uma escola para jovens, onde recebem uma excelente formação. Nesse tempo, o nome de Antonia ressoa além fronteiras suíças e recebe uma oferta de trabalho do embaixador de Espanha em Berna, que solicita os seus serviços como educadora das três filhas da Rainha Maria Cristina de Borbón do seu casamento com Fernando Munhoz, Duque de Riánsares. Em Janeiro de 1848 viaja para Madrid e durante doze anos vive com a família real, dedicada ao trabalho educativo das infantas Amparo, Milagros e Cristina. São 12 anos como preceptora onde se manifesta a sua “bagagem” cultural, formação, sensibilidade especial para a arte, música, literatura e línguas, revelando uma maturidade pessoal e uma fé sólida. Quando a última das suas alunas, Cristina Munhoz e Borbón, casou, ela fixa a sua residência em Roma, onde permanece dois anos. A sua actividade e dedicação estão marcadas pelo espírito e compromisso missionário. É vice-presidente da obra apostólica, fundada pelo Padre Serra para apoiar as missões estrangeiras.
No mês de Março de 1863 chega a Madrid e passa a morar na casa dos seus tios. Aqui encontra-se novamente com o Bispo de Daulia que lhe apresenta um sonho inesperado ao lado das mulheres que procuram alternativas à prostituição. No dia 1º de Junho de 1864 em Ciempozuelos (Madrid) juntamente com Padre Serra, inicia uma nova aventura, abrindo a primeira casa como espaço de acolhimento e esperança para as mulheres.
Durante 34 anos, Antonia percorre com a mulher em situação de prostituição um caminho de evangelização libertadora e sente-se tão identificada com a sua vocação que expressa: “Estou feliz, tão segura que Deus me chamou para este trabalho, tão tranquila em minha vocação, que meu único desejo é ser fiel”.
Obra Social das Irmãs Oblatas (OSIO) Portugal
A Congregação das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor foi fundada em 1864, em Espanha, encontra-se em 15 países e em Portugal há 31 anos. Em Novembro de 1987, chegaram a Lisboa as três primeiras Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor, que após um diagnóstico no terreno, consideraram que o Intendente era a zona prioritária para a sua intervenção, visto ser a zona em que a situação das mulheres era mais urgente. A vinda para Portugal foi na sequência do desafio realizado pelo Cardeal D. António Ribeiro às congregações religiosas em Portugal, em que demonstrava a sua preocupação com a situação das mulheres que recorriam à prostituição em várias zonas de Lisboa: Bairro Alto, Intendente e Cais do Sodré. No imediato, não houve nenhuma congregação portuguesa a responder a este desafio, mas por intermédio da Congregação do Santíssimo Redentor de Vila Nova de Gaia, este repto foi lançado à Congregação de Hermanas Oblatas do Santíssimo Redentor, com sede em Espanha, pelo facto da sua missão ter como enfoque o apoio às mulheres de rua.
A OSIO é uma instituição de referência na intervenção com as mulheres que recorrem à prostituição e tem como principal missão favorecer o desenvolvimento integrado e a autonomia das mulheres que exercem prostituição e/ou são vítimas de tráfico de seres humanos, contribuindo para a sua realização pessoal, integração social e laboral, assim como trabalhar para a sensibilização e transformação social, denunciando situações de injustiça que afectam as mulheres. Ao longo dos 31 anos de intervenção na zona de Lisboa tem-se estabelecido uma relação privilegiada de proximidade e confiança com a população alvo que permite responder às necessidades específicas da mesma, assim como acompanhar todo o processo de integração das Mulheres.
Testemunho (Irmã Pura Gonzalez)
Durante 34 anos, Antónia acompanha a Mulher em situação de prostituição, um caminho de evangelização libertadora e sente-se tão identificada com a sua vocação que expressa: "Estou feliz, tão certa de que Deus me chamou para este trabalho, tão calma em minha vocação, que meu único desejo é ser-lhe fiel".
Como Antónia e de mãos dadas, queremos abrir portas, criar laços e construir pontes, comprometidos na construção de um mundo diferente. “Eu não sou o que aconteceu comigo, eu sou o que escolhi ser”. (Carl Jung)
Sonhamos com uma sociedade inclusiva, justa e solidária, onde todas as pessoas tenham o seu lugar e uma vida digna e confiamos num futuro de Esperança para todos. “Não posso fazer tudo num dia, mas hoje, vou dar um pequeno passo para realizar o meu sonho”. (Ernesto Sábato)
Irmã Pura Gonzalez - Directora da Obra Social das Irmãs Oblatas